Notícias

Massa falida da Boi Gordo vai leiloar fazendas e quer arrecadar R$ 56 milhões

Os liquidantes da massa falida da Fazendas Reunidas Boi Gordo, que prometia aplicações com ganhos espetaculares em gado e quebrou em 2001, deixando milhares de investidores no prejuízo, preparam para o próximo mês dois leilões de sete fazendas que podem arrecadar cerca de R$ 56 milhões para os credores.

Segundo Gustavo Sauer de Arruda Pinto, síndico da falência, que transcorre desde 2004, irão a leilão em 7 de novembro quatro fazendas – Buriti, na Chapada dos Guimarães, Chaparral, em Lambari D’Oeste, Fazenda Primavera, em Poconé, e Alteza, de Cáceres, todas em Mato Grosso. A mais valiosa, a Chaparral, deve ser oferecida por um preço em torno de R$ 23 milhões. A Buriti valeria R$ 8,5 milhões e a Primavera, R$ 1,5 milhão. A menor, a Alteza, custaria R$ 800 mil. “Daria um total de uns R$ 34 milhões”, diz Sauer.

No segundo, no dia 24 de novembro, serão oferecidas as fazendas Realeza de Itapetininga, São Paulo, Santa Cruz, de Barra do Bugres e Vale do Sol II, de Salto do Céu, ambas em Mato Grosso. A Realeza teria um valor mínimo de R$ 14 milhões, a Santa Cruz, R$ 7,7 milhões e a Vale do Sol II, R$ 1,4 milhão. “Teremos uns R$ 22 milhões no segundo leilão”, diz Sauer.

Além dessas duas vendas, o liquidante pretende realizar mais um com três fazendas no começo do ano que vem. Os interessados poderão ver mais detalhes no site da massa falida (www.massafalidaboigordo.com.br).

Sauer espera que não se repita o que ocorreu nas tentativas anteriores de vender as propriedades da Boi Gordo, quando as ofertas ficaram abaixo dos valores mínimos de avaliação. “Não venderemos por menos”, diz.

Segundo ele, se em três leilões as propriedades não forem vendidas, elas serão dadas como pagamento aos credores, que poderão então montar estruturas, como fundos, para explorá-las ou voltar a tentar vendê-las. Para o liquidante, apesar de a crise internacional ter reduzido as atividades nos mercados, há muitos grupos interessados, inclusive estrangeiros. “Muitos se associaram a grupos nacionais para investir em terras aqui e suspenderam as aplicações com a crise e agora estão com dinheiro na mão procurando oportunidades”, diz.

O único leilão realizado até agora foi o da fazenda Eldorado, na Chapada dos Guimarães, em 2009, por R$ 4,650 milhões.

Apesar da promessa da retomada dos leilões, Sauer alerta os investidores que não será agora que eles vão ver ao menos parte do dinheiro aplicado. Primeiro, terão de ser pagas as dívidas trabalhistas, que alcançam R$ 35 milhões, e que consumiriam praticamente o primeiro leilão sozinhas. Além disso, há as dívidas tributárias, também prioridade, que ainda sequer estão definidas. “Há muita discussão sobre valores, contestações, então não dá para saber exatamente quanto é a dívida fiscal”, diz. Ele estima, porém, que ela deve ficar abaixo de R$ 100 milhões.

Assim, somando os leilões e ainda R$ 24 milhões que a massa falida tem em caixa, ainda não seria possível pagar todas as dívidas prioritárias. Somente depois os credores quirografários, ou seja, os investidores, receberiam alguma coisa. Além disso, os valores das fazendas nos leilões poderão ser pagos em até 12 vezes, o que adiará ainda mais a quitação.

Ele dá alguma esperança para os investidores ao lembrar que há muitas outras propriedades, algumas bem mais valiosas, como a Realeza do Guaporé, ainda em avaliação, e que pode valer mais de R$ 100 milhões. “Mas o valor que cada investidor terá, proporcionalmente, não será grande, não queremos alimentar grandes expectativas”, afirma.

A Boi Gordo entrou em concordata em 2001 e faliu em 2004, deixando um débito de R$ 2,4 bilhões de 30 mil investidores. Atualizado, esse valor chegaria a R$ 3,5 bilhões.

Fonte:  Angelo Pavini, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.