Riscos de Compliance no Brasil
Nos últimos dias tenho identificado na mídia noticias sobre a entrada de gigantes internacionais no Brasil, afinal somos e pelo jeito sempre seremos a bola da vez, e o interessante é que sempre com aquela “conversinha” de que querem participar do crescimento e ser parte integrante da evolução econômica do Brasil.
Entretanto para isso devem respeitar as regras existentes em nosso país e de preferencia conhecer ou buscar por suporte para que seus negócios possam esta em compliance.
Neste sentido pergunto o que é estar em compliance? Segundo os conceitos geralmente aceitos, é estar em conformidade com leis e regulamentos internos e externos, e acima de tudo, é uma obrigação individual de cada colaborador dentro da organização dos seus gestores, pois o exemplo vem de cima, ou deveria.
Mas podemos citar alguns procedimentos que devem ser adotados, implantados e verificados por todas as organizações que visam estabelecer negócios no país, tais como: cumprir leis locais e do país de origem, gerenciar o risco de compliance e implantar procedimentos e controles que atendam aos órgãos reguladores do país, neste caso o Brasil.
Devemos deixar bem claro, que em muitos países, principalmente asiáticos possuem culturas bem diferentes das nossas, e sempre questiono a forma de gerenciamento de compliance e de riscos destes países, pois as pessoas chaves na gestão de compliance e de riscos são enviadas por suas matrizes e demonstram muita dificuldade principalmente com a língua e depois com a quantidade de regras que temos no dia-a-dia.
Por mais que seu país possua regras devemos alertar que aqui possuímos inúmeros órgãos reguladores que determinam inúmeras regras para a gestão dos negócios, entre elas o BACEN, a Susep, a CVM, o SPC, a Aneel, a Anatel, a ANS, a ANVISA, entre outros, afinal já vi coisas que assustaria qualquer um.
Portanto, como evidenciei no título, os riscos de compliance no Brasil, são muitos e devem ser tratados com maior responsabilidade, pois muitas empresas nacionais tem deixado de lado a boa gestão de governança em detrimento do lucro, seja ele como for para isso basta dar um “Google” e buscar os últimos escândalos financeiros de 2008 para cá.
Afinal se a gestão de compliance é uma ferramenta de Governança Corporativa, no que se referem aos sistemas, processos, regras e procedimentos adotados para gerenciar os negócios das organizações, proporcionando o aprimoramento da relação com os Investidores e todas as partes interessadas, por que muitos ainda não buscaram estar em conformidade?
Espero não estar aqui escrevendo e evidenciando problemas de conformidade com leis, regulamentos, conduta e ética de empresas e de gestores, que investem no Brasil, nós precisamos deste investimento, e comecem a achar que aqui tudo pode e quem deveria dar o exemplo, digo nossos políticos, que usam da metodologia: “pagando bem que mal tem…”.
Se não podemos mudar a cultura destas empresas, devemos pelo menos tentar mudar a postura, com regras mais punitivas, melhor supervisão por parte dos órgãos reguladores e que os profissionais de compliance, controladoria, controles internos, riscos e auditoria possam efetivamente ser o fiel da balança.
* Marcos Assi é professor da Saint Paul Escola de Negócios, da FIA (Labfin) e do MBA Gestão de Riscos e Compliance da Trevisan Escola de Negócios, autor dos livros “Controles Internos e Cultura Organizacional – como consolidar a confiança na gestão dos negócios” e “Gestão de Riscos com Controles Internos – Ferramentas, certificações e métodos para garantir a eficiência dos negócios” pela (Saint Paul Editora) e consultor de finanças do programa A Grande Idéia do SBT. Diretor e Consultor da Daryus Consultoria e Treinamentos.