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Negócios sustentáveis atraem a atenção de investidores

SustentabilidadeOs fundos de private equity e venture capital também se interessam pelos chamados “negócios verdes”. Acreditam, inclusive, que são bastante estratégicos não só no cenário de negócios brasileiro, mas também internacional. Só que, assim como na análise de projetos de novas empresas em outros setores, o fator decisivo para oferecer o investimento é o seu potencial de crescimento futuro.

Ou seja, o fato de ser “verde” torna o negócio interessante, mas se ele não for inovador, não trouxer retorno econômico e não tiver mercado, não vai conseguir investidores. E isso acontece tanto em instituições que possuem linhas de investimento específicas para negócios voltados à sustentabilidade como nos fundos tradicionais.

“O Brasil apresenta vantagem competitiva para empresas sustentáveis”, afirma Oren Pinsk, responsável pelo fundo de investimento GC III da Stratus, focado em novos materiais, biotecnologia e tecnologias ambientais.

Ele conta que a empresa possui fundos de investimento em empresas de TI e em negócios verdes. “Quando promovemos os produtos das empresas de TI fora do país, sempre temos que pensar em como fugir dos chineses e das empresas do Vale do Silício. Já em relação às empresas sustentáveis, pensamos apenas como fazê-las exportar seu know how”, conta.

Mesmo assim, a análise dos negócios passa pelos mesmos crivos. “Vemos uma empresa que recicla garrafas PET, por exemplo, como um fornecedor de matéria-prima de qualidade, mais barata e com um grande mercado consumidor”, explica Pinsk.

A Axial Gestão atua no mercado de venture capital especificamente voltado para empresas sustentáveis. São investimentos de R$ 1 milhão a R$ 30 milhões em empresas cujos negócios tenham claro impacto na qualidade ambiental ou na redução da pobreza.

Para eles, a dificuldade é encontrar propostas de negócios bem formatadas. “Recebemos muitas ideias ainda preliminares no sentido de plano de negócio. Poucas se materializam, ou porque o impacto do negócio não vai ser tão grande, ou porque pode ser facilmente copiado ou mesmo por falta de acordo com o empreendedor”, diz Paulo Bellotti, diretor da empresa.

Fundos tradicionais como os da Rio Bravo também estão voltando seu olhar para os empreendimentos sustentáveis. “Fizemos um aporte em uma empresa e percebemos que o interesse de grandes clientes por seus produtos estava vinculado ao fato de serem sustentáveis”, comenta Marcelo Romeiro, gestor dos fundos Rio Bravo Investech I e II. “Mas a sustentabilidade não pode vir sozinha, tem que vir junto a um projeto que seja rentável”, ressalta.

O International Finance Corporation (IFC) pretende aumentar de 10% para 30% o investimento em negócios sustentáveis, revela Joaquim Figueiredo Lima, executivo sênior da instituição que é braço do Banco Mundial.

Os investimentos feitos variam de US$ 10 a US$ 25 milhões. Segundo ele, o primeiro projeto sustentável apoiado pela instituição no Brasil deve ser anunciado em breve e contou com o aporte de US$ 13 milhões.

“Na hora de selecionar projetos, olhamos muito para o time envolvido e sua capacidade de fazer aquele negócio prosperar. Por isso, pode ser mais fácil empreender em grupo, com pessoas que tenham diferentes competências”, dá a dica Lima.

Outras fontes de investimento

Além dos fundos de private equity e venture capital, o empreendedor que estiver procurando investimento para um negócio voltado à sustentabilidade ainda pode encontrar apoio em outras instituições, como o Instituto Ventura e a Finep – Financiadora de Estudos e Projetos, do governo federal.

“O Instituto Ventura investe em empreendimentos inovadores e sustentáveis, sejam empresas ou projetos sociais”, conta Raquel Botelho. “A inovação em sustentabilidade ambiental é foco principal e critério de seleção. Apoiamos projetos em diversos segmentos, agricultura, turismo, moda. Desde artesanato com material reciclado até placas de aquecimento solar para comunidades ribeirinhas”, complementa.

Para o Instituto a viabilidade econômica não é a condição principal para o apoio ao projeto. “Procuramos modelos sustentáveis que possam ser replicados e até se transformarem em políticas públicas”, diz Raquel.

Segundo ela, nenhuma ajuda é dada sem contrapartida. Mas essa contrapartida não implica em parte do negócio e também não precisa pagar obrigatoriamente o total investido. É negociada caso a caso, pode ser, por exemplo, um percentual do faturamento.

Raquel explica que o Instituto não faz um aporte integral logo no início. São estabelecidos objetivos para aquele projeto e conforme eles são atingidos, os aportes são feitos. “Saímos do negócio, em média, em dois anos.”

No caso da Finep, não há uma linha específica para financiar projetos de negócios sustentáveis, mas há a possibilidade de conseguir financiamento se a proposta for baseada na inovação, que é o foco de atuação do órgão.

“Dessa forma é possível apresentar projetos em diversas linhas de financiamento”, afirma Renato Marques, analista de projetos da Finep. Ele lembra ainda que há o programa Prime, que investe na fase inicial de projetos, ou seja, nos casos em que é necessário o investimento para pesquisar e maturar a proposta de negócios.

Fonte: Carolina Sanchez Miranda, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.

One thought on “Negócios sustentáveis atraem a atenção de investidores

  • André de Salles Ferreira

    Muito importante e necessários essas parcerias em sustentabilidade e investidores visando sempre o bem estar principalmente das populações que mais precisam.

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