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Meirelles reformula negócios do Banco Original

Prestes a completar um ano no conselho consultivo da holding da família que controla o frigorífico JBS, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles está reconstruindo o banco do grupo com a ajuda de seus ex-colegas do BankBoston, instituição que dirigiu internacionalmente no fim dos anos 90. O objetivo é transformar o Original, muito voltado ao agronegócio, em um banco com escopo mais amplo e que buscará na internet uma de suas principais ferramentas para fazer negócios com empresas e consumidores.

Para isso, conhecidos de longa data de Meirelles estão chegando à instituição financeira da família Batista. Dois ex-vice-presidentes do BankBoston no Brasil receberam a aprovação do Banco Central (BC) para integrar a diretoria do Original: Sandra Boteguim, que cuidava de produtos na instituição de origem americana, e Marcelo José Alves dos Santos, antigo responsável por recursos humanos. Carlos Augusto de Oliveira, ex-diretor de tecnologia do Boston, também já obteve sinal verde das autoridades.

Segundo o Valor apurou, Sandra é um dos nomes mais cotados para assumir a presidência do Original no lugar de Emerson Loureiro, que terá novas funções na holding.

Os planos de reformular o Original, banco pertencente à holding J&F Investimentos, devem ser anunciados em um mês. As mudanças tiveram início em março do ano passado, quando Meirelles contratou a consultoria BKB Partners, formada por cinco ex-BankBoston, para tocar o projeto. Fazem parte da BKB Pedro Meloni, ex-vice-presidente de crédito do Boston, Olívio Mori Jr., que cuidava de empresas médias, Paulo Geraldo Oliveira, de gestão de recursos, Ricardo Caldeira, de operações estruturadas, e a própria Sandra.

Também foram convocados os serviços de Marcos Reitano, sócio de uma consultoria de recursos humanos, para reformular a área de gestão de pessoas. A equipe do Original dobrou ao longo de 2012 e conta, agora, com cerca de 400 pessoas. Embora o BankBoston tenha deixado de existir no Brasil em 2006, quando foi comprado pelo Itaú, ex-funcionários da instituição mantêm uma associação e se reúnem periodicamente. O próprio Meirelles esteve no mais recente desses encontros, realizado em outubro, em São Paulo.

Com a casa mais cheia, o Original deve deixar o prédio que ocupa hoje, na marginal Pinheiros, em São Paulo. Um dos endereços recentemente procurados por executivos da instituição é o Pátio Victor Malzoni, no número 3.477 da avenida Brigadeiro Faria Lima, principal corredor financeiro de São Paulo. O escritório em estudo é o que iria ser ocupado pelo banco BVA, que sofreu intervenção do Banco Central em outubro antes de mudar-se para o novo endereço. Seria apenas esse o interesse do Original no banco.

Procurado, o Original confirmou que está fazendo contratações e que está desenvolvendo um plano estratégico que ampliará seu foco de atuação. O banco, no entanto, não forneceu mais detalhes sobre as mudanças.

Nem de longe dinheiro é um problema para levar os planos adiante. Desde que assumiu o banco gaúcho Matone, que estava com deficiências de capital, o balanço do Original cresceu. Para ficar com o Matone, focado em crédito consignado, o banco da J&F recebeu um financiamento de R$ 1,85 bilhão do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Em junho do ano passado, data do último balanço divulgado pela instituição, o capital do Original estava em R$ 2 bilhões.

Com uma carteira de crédito de R$ 986,1 milhões, o Original ainda tem muita folga de capital para avançar nos empréstimos. O índice de Basileia do Original é de 43%, bastante acima do mínimo de 11% exigido pelo Banco Central.

Meirelles, que deixou a presidência do BC no fim de 2010, tornou-se, em março do ano passado, o presidente do conselho consultivo da J&F. Além do JBS, maior empresa de carnes do mundo, e do Original, o grupo é dono da fabricante de celulose Eldorado, da companhia de laticínios Vigor e da Flora, de cosméticos. Nos últimos anos, o grupo diversificou seu perfil de negócios e há, no mercado, a expectativa de que a família Batista abra o capital da holding na bolsa com uma oferta inicial de ações.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.