Finalizamos um ano falando de compliance, mas ainda muita coisa necessita ser feita
Posso dizer que muita coisa mudou nos ultimos anos para cá, diria 3 anos com maior intensidade, mas ainda temos muitos caminhos a seguir, preciso acreditar que a conscientização em cumprir regras, efetivar negócios dentro das regras, fazer como que sejamos respeitados no mundo corporativo, não só os gestores de compliance, controles internos, riscos e auditoria, mas todos na alta administração e os conselheiros também.
Vi coisas nos ultimos anos que deixariam muitos de voces perplexos e podem acreditar recusei inumeros trabalhos de empresas que queriam documentos, tais como normas e procedimentos e que somente mudasse o nome da empresa para apresentar como um programa de conformidade, participei de licitações com concorrentes apresentando termos de capacitação técnica falsos e assim por diante.
Devemos repensar muito o caminho a ser seguido, pois por melhores que sejam os profissionais de compliance e controles internos, se os gestores, diretores, conselheiros entre outros não fizerem a sua parte, não será a instituição de um departamento de Governança e Conformidade que dará solução para os nossos problemas culturais e comportamentais.
Como já trabalho nisso há 15 anos com vivencia na implementação, melhoria e revisão de processos de governança e gestão, minha vida de trabalho como contador, auditor e consultor me habilita a dizer que podemos melhorar, mas vai depender de muitos fatores internos e externos.
Poderia mencionar que a Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013) e o seu decreto regulamentador (Decreto 8.420/2015), que apresentaram um sistema punitivo para as pessoas jurídicas e seus gestores, deveria ter desempenhado aquele papel significativo na valorização dos processos de governança e integridade pelos órgãos de controle, mas a nossa justiça ainda falha na punição, basta ver os indultos assinados pela ex-presidente para réus do Mensalão e o presidente atual minando a Lava Jato, como explicar para um cliente ou diretor que temos que fazer a coisa dentro da conduta e ética, se não existe punição?
Enquanto o poder legislativo, executivo e judiciário lesgislarem em causa propria, acho que ficaremos longe de ter um pais respeitado, como governantes e empresarios respseitados, gostaria de dizer que estou generalizando, afinal existe muita gente séria,mas infelizmente a minoria ainda manda na lei.
Feliz 2018 para todos aqueles que querem um país mais sério e por favor não sejam psicopatas do compliance, vamos agir com consciencia e inteligencia, o ótimo é inimigo do bom.