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BNY Mellon afasta alta cúpula no Brasil

Executivos da alta cúpula da administração do BNY Mellon no Brasil foram afastados da instituição. Zeca Oliveira, presidente do BNY Mellon no país e na América Latina, na empresa desde 1998; Alberto Elias, diretor executivo da BNY Mellon Serviços Financeiros, que se associou à empresa em 2008. E Carlos Pereira, diretor de TI.

Procurado pelo Valor, o BNY Mellon informou em nota que como parte de um processo de revisão interna em andamento e relativo ao negócio de administração de recursos, Oliveira, Elias e Pereira entraram em um “período de licença administrativa remunerada”.

Michael Kalavritinos, chefe da área de gestão de clientes no Brasil, foi nomeado, interinamente, para comandar o negócio de administração de recursos. O BNY Mellon informou ainda “que esta mudança não envolve, sob nenhum aspecto, nossos clientes e não terá qualquer impacto em nossas operações”.

Apesar de o Mellon falar em uma revisão interna, não relacionada a clientes e produtos, a notícia gerou especulações a respeito das razões do afastamento dos executivos – os principais no Brasil e também o responsável pela TI. No entender de fontes, por “licença administrativa remunerada” entende-se que está havendo uma intervenção administrativa e as pessoas foram desligadas das funções para que os fatos possam ser devidamente apurados.

Como não foi apontado o motivo da investigação, o mercado se perguntou se o problema estaria relacionado a cálculo de cotas e passou a procurar episódios recentes que envolveram o nome da instituição. Um interlocutor ponderou que o Mellon é um dos líderes em administração de fundos no Brasil – são cerca de 2 mil fundos de 300 gestoras diferentes – e, por isso, não é incomum ser associado a algum caso em particular. Fundos geridos ou administrados pelo grupo foram afetados com episódios envolvendo o Banco BVA e também fundos de pensão. O BNY Mellon presta serviços financeiros para gestores independentes e investidores institucionais e possui cerca de R$ 130 bilhões em ativos sob seu guarda-chuva.

O BNY Mellon também apareceu no noticiário recentemente por conta da proximidade com o grupo que pretende lançar uma nova bolsa no Brasil. A Mellon é gestora de fundos que investiram em debêntures usadas para capitalizar empresas de sócios da Americas Trading Group (ATG), que prepara uma nova bolsa no país. Ambos os fundos têm como única cotista o Postalis, instituto de previdência dos funcionários dos Correios que possui um déficit de quase R$ 1 bilhão e diretores desligados recentemente.

As operações chamaram a atenção pelas condições, consideradas fora dos padrões de mercado. Uma das debêntures, com prazo de 15 anos, foi usada para capitalizar a consultoria RiskOffice, que se uniu à ATG no projeto de criação de uma câmara de compensação (clearing) alternativa à da BM&FBovespa. A outra emissão foi realizada por uma empresa de Arthur Pinheiro Machado, sócio da ATG, na área de educação.

Em entrevista ao Valor em setembro, Oliveira defendeu os investimentos e disse que as garantias e rentabilidades oferecidas pelas debêntures eram adequadas ao perfil dos clientes, no momento de cada operação.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.

One thought on “BNY Mellon afasta alta cúpula no Brasil

  • José Luiz

    Sou funcionário dos CORREIOS. Estourou uma bomba sobre nosso fundo de pensão, o POTALIS com rombo de R$ 5,5 bi, dos quais R$ 3 bilhões foram entregues ao BNY MEllon entre 2013 e 2014, segundo me informaram. O dinheiro foi aplicado para comprar papeis viraram pó na Argentina e Venezuela.
    Vocês acham que pode ser esse o motivo ?

    matéria :
    http://marcosassi.com.br/bny-mellon-afasta-alta-cupula-no-brasil

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